Seja Bem-Vindo!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Memórias Vivas



Minha alma é um bolso onde guardo minhas memorias vivas. Memorias vivas são aquelas que continuam presentes no corpo. Uma vez lembradas, o corpo ri, chora, comove-se, dança... "O que a memória amou fica eterno"

Adelia Prado

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Ou toca, ou não toca.

Não me prendo a nada que me defina.
Sou companhia, mas posso ser solidão...
Tranqüilidade e inconstância, pedra e coração...
Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono...
Música alta e silêncio...
Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser!
Não me limito, não sou cruel comigo!
Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer…
Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato. Ou toca, ou não toca.

Clarice Lispector

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Timidez

Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve...

— mas só esse eu não farei.

Uma palavra caída
das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes...

— palavra que não direi.

Para que tu me adivinhes,
entre os ventos taciturnos,
apago meus pensamentos,
ponho vestidos noturnos,

— que amargamente inventei.

E, enquanto não me descobres,
os mundos vão navegando
nos ares certos do tempo,
até não se sabe quando...

— e um dia me acabarei.


Cecília Meireles

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Um pouco de mim

Gosto de quem entende o que eu digo. De quem escuta o que eu penso. Da minha prole. Dos meus discos. Dos meus livros. Da minha solidãozinha. Dos meus blues. Do meu umbigo. De unhas cor de carmim. De homem que sabe ser homem. De noites em claro e dias em branco. De chuva e de sol. Eu guardo as minhas rejeições em vidrinhos rotulados com o nome deles. Eu sou mole demais por dentro pra deixar todo mundo ver. Eu deixo pra quem eu acho que pode comigo. Ninguém sabe. Mas eu tenho coração de moça.

Fernanda Young

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

expressem muito amor no mundo...

"O tempo fica sombrio quando os jovens não sabem expressar amor. Livros e filmes de cavaleiros, vampiros, heróis, porém pais que não mostram um amor que dure, que seja verdadeiro. Perdemos a capacidade de demonstrar o que sentimos? Sexo, fetiche, fantasia, muita falácia e pouquíssimo amor expresso. Muitos sentem vergonha do amor e tenho certeza que a causa disso está nos adultos que se tronaram frios e inexpressivos amorosamente. A desilusão também é amor. Temos uma responsabilidade grande agora e penso que esta é a verdadeira ecologia. Jovens, rebelem-se contra seus pais secos e expressem muito amor no mundo! Sofrer é."

Leo Lama

A Consciência Moral

"A consciência moral é a capacidade interna que o indivíduo tem de reagir ao certo e ao errado, a capacidade de distinguir entre o bem e o mal. As normas morais são muito anteriores ao Direito. Elas desempenham uma função social vital e são cumpridas por convicção íntima, por adesão. Diferentemente, as normas jurídicas são uma imposição do estado e, por isso, são cumpridas mesmo quando não estamos convencidos de que sejam justas."

Maria Helena Barreto Gonçalves e Nely Wyse - Ética & Trabalho – 1987, pág. 11

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Waste

'And every day that you want to waste, that you want to waste, you can
And every day that you want to wake up, that you want to wake, you can
And every day that you want to change, that you want to change, yeah
I'll help you see it through because I just really want to be with you'

Foster the People

sábado, 24 de setembro de 2011

Você.

E hoje você não conseguiu me surpeender. Você só mostrou, mais uma vez, sua covardia. Se escondendo atrás das sobras da justiça. Do que é mais do que justo ou humano. Há um muro, uma montanha, uma barreira imensa nos separando. E eu receio que é da sua vontade tudo isso. Por quê? Às vezes me pego questinando, o que te importa verdadeiramente nesse mundo? O que te toca? Falta um pedaço de mim. Está com você. Por quê não me devolve? Falta alegria. A sua alegria. Falta tanta coisa que acaba me deixando vazia. É, eu sei, eu também sou covarde. Mas eu só não consigo aceitar. É muito dificil pra mim, não vê? Você poderia facilitar. Poderia...

Isa



'Toda essa meia verdade
A qual temos nos conformado
Só conseguimos nos afastar
Nós aprendemos a aceitar...'

Capital Inicail - Independência

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Deixa ser.

É tão marcante a passagem das pessoas em nossas vidas. As pessoas são marcantes. Quando gostamos de alguém, nunca vamos esquecê-la. Por mais que tentamos. Aliás, tentar esquecer alguém já é estar pensando nela. Acho que todo mundo sabe disso, só nossa consciência que não aceita. Achamos que isso acaba se tornando um grande problema, mas por que um problema? Sério, você gostou de uma pessoa por um longo e longo tempo. Já parou pra pensar o por quê? Sim. Já. Muitas vezes. E achamos ridículo essa situação, afinal, você ainda continua pensando nela. Não pense em esquecer. Pense em lembrar. Daqueles momentos. E pense que eles já se foram. E assim, mentalize: "Eu vou ter outros momentos de felicidade. Mais. Melhores." Muitas outras pessoas vão passar por você. E assim como ele(a) é importante pra você, você também é importante para alguém. É fato. Por isso, siga seu coração. Ele marcará alguém que te mereça.

Isa

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Eu não estou dizendo que isso é fácil.
Só reavalie por um momento:
As possibilidades,
As situações,
As oportunidades
que estão esperando.
Oh, as possibilidades...

terça-feira, 6 de setembro de 2011

"But there's a side to you that I never knew, I never knew.
All the things you'd say they were never true, never true"

Adele - Set fire to the rain

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Ele.

Homem egoísta que só pensa nele mesmo, apenas nele mesmo... que faz questão de não ter noção de que está machucando alguém. Só ele está certo, pensa que é o dono do mundo... ele é o "cara", e vai achar que é pro resto da vida dele ou até perceber que está sozinho, isso se perceber. É extremamente difícil pra ele respeitar uma mulher, o orgulho engole a humildade, assim como o imenso mar encobre a tão profunda areia. Tem o amor maior do mundo, mas esconde aonde NINGUÉM possa ver ou sentir. Fingir, sua vida gira em torno desta palavra, FINGIR. Fingir que está tudo bem. Foi isso que fez a vida inteira. E ainda assim, conseguiu convencer a todos. Eu, ela, ele. Todos! Ignorante, e não aprende nunca, simplesmente não quer. É tão difícil pra ele aceitar o abandono de uma razão que a princípio era sua. Forte, bonito, alto, engraçado, brincalhão. Sim ele tem qualidades, e não são poucas. Sinto falta delas. Sinto falta dele. E dói em cada momento do dia. DÓI. Porque o amo. Queria que ele descobrisse o amor. O quão amado ele foi e apesar de tudo, ainda é.

Isa.


"[...]
Agora o ar que eu provei e respirei mudou de rumo
[...]
E agora minhas amargas mãos se esfregam abaixo das nuvens
Do que um dia foi TUDO
As imagens foram todas banhadas em preto,
Tatuando tudo
Eu saio pra passear
Sou cercado por algumas crianças brincando
Eu posso sentir suas risadas, Então porque eu desanimo?
E pensamentos confusos giram ao redor de minha cabeça
Estou girando, oh, estou girando
Quão rápido o sol pode, cair
E agora minhas amargas mãos.Berço dos vidros despedaçados
Do que um dia foi TUDO
Todas as imagens foram banhadas em preto,
Tatuando tudo
[...]"

Tradução: Black - Pearl Jam

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

DEFICIÊNCIAS

DEFICIÊNCIAS
Mário Quintana

'Deficiente' é aquele que não consegue
modificar sua vida, aceitando as
imposições de outras pessoas ou da
sociedade em que vive, sem ter
consciência de que é dono do seu destino.
'Louco' é quem não procura ser feliz
com o que possui.
'Cego' é aquele que não vê seu próximo
morrer de frio, de fome, de miséria,
e só tem olhos para seus míseros
problemas e pequenas dores.
'Surdo' é aquele que não tem tempo de
ouvir um desabafo de um amigo, ou o
apelo de um irmão. Pois está sempre
apressado para o trabalho e quer garantir
seus tostões no fim do mês.
'Mudo' é aquele que não consegue falar
o que sente e se esconde por trás
da máscara da hipocrisia.
'Paralítico' é quem não consegue andar
na direção daqueles que precisam de sua
ajuda.
'Diabético' é quem não consegue ser
doce.
'Anão' é quem não sabe deixar o amor
crescer. E, finalmente, a pior das
deficiências é ser miserável, pois:
'Miseráveis' são todos que não conseguem
falar com Deus.

'A amizade é um amor que nunca morre...'

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Eu te amo. Mesmo negando. Mesmo deixando você ir. Mesmo não te pedindo pra ficar. Mesmo não olhando mais nos teus olhos. Mesmo não ouvindo a tua voz. Mesmo não fazendo mais parte dos teus dias. Mesmo estando longe, eu te amo. E amo mesmo. Mesmo não sabendo amar.
CaioF.

...

Sou pessoa de riso fácil… e choro também!

sábado, 27 de agosto de 2011

Under The Bridge

I don't ever want to feel
Like I did that day
Take me to the place I love
Take me all the way

Red Hot

Freud

"A felicidade é um problema individual. Aqui, nenhum conselho é válido. Cada um deve procurar, por si, tornar-se feliz."
Freud

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Um Branco, Um Xis, Um Zero



Cássia Eller
Composição: Marisa Monte/Arnaldo Antunes/Pepeu Gomes

Você partiu e me deixou
Sem lamentar o que passou
Sem me apegar ao que apagou e acabou

Não me lembro bem da sua cara
Qual a cor dos olhos, já nem sei
Só o cheiro do seu cheiro
Não quer me deixar mais em paz
Nos ares dos lugares
Onde passo e onde nunca estás

Você partiu e não voltou
Eu já esqueci o que me falou
Se prometeu ou se jurou seu amor

Já não me recordo mais seu nome
Quais os outros nomes que te dei
Só o cheiro do seu cheiro
Não consegue ser tão fugaz
Nas pessoas, peles, colos
Sexo, bocas, onde nunca estás

Não me lembro bem da sua cara
Qual a cor dos olhos, já nem sei, (já nem sei)
Já não me recordo mais seu nome
Quais os outros nomes que te dei
Só o cheiro do seu cheiro
Não consegue ser tão fugaz
Nas pessoas, peles, colos
Sexo, bocas, onde nunca estás

Você partiu e foi melhor
E eu já me esqueci de cor
Do som, do ar, do tom, da voz e de nós

Já passei um pano um branco, um zero, um xis
Um traço, um tempo, já passei
Só o cheiro do seu cheiro
Não consigo deixar para trás
Impregnado o dia inteiro
Nessa roupa que eu não tiro mais

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

.

"Tão terríveis quanto os boatos dos índios canibais eram as descrições de animais misteriosos e sobretudo reais[no Brasil]: lagartos maiores que o homem, peixes enormes com carne de boi e cães de bico fino que comem formigas e às vezes atacam pessoas. Foi assim que o padre Fernão Cardim, no século 16, descreveu o jacaré, o peixe-boi e o tamanduá."


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

...

Só uma coisa a favor de mim eu posso dizer: Nunca feri de propósito. E também me dói quando percebo que feri.
Clarice Lispector

Simples assim.

Uma pressa, uma urgência. E uma compulsão horrível de quebrar imediatamente qualquer relação bonita que mal comece a acontecer. Destruir antes que cresça.
CaioF.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Dear Melancholy

Ultimamente tenho me percebido ausente demais. Ausente das pessoas, ausente dos romances, ausente da realidade, ausente da sanidade e profundamente ausente deste mundo. E essa sensação de indiferença com tudo e todos me completa a cada dia, não que eu queira, é algo que não parte de mim, mas que se encontra em mim, é um ato involuntário.

Lembro-me da época em que eu me perdia em gargalhadas com os meus amigos, hoje me perco também, mas em pensamentos, sentimentos e devaneios. Estando só ou acompanhado ainda assim me pego vagando, às vezes pensando em algo que eu sei que nunca irá acontecer. Logo me reponho, fico tímido, rezando para que as pessoas ao meu redor não tenham percebido a minha rápida viagem. Tudo isso para que elas não se sintam desprezadas, não é isso, mas algumas pessoas já me julgaram errôneamente por isso, e também para que eu não tenha que ficar me justificando, sempre tem alguém querendo saber demais, querendo ser dono dos meus pensamentos.

Nesses dias de chuva e muito frio a solidão tem sido cruel comigo, cada um sabe dos seus fantasmas, das suas dores, e de suas necessidades que em meio ao tempo vago tornam a nos assombrar. É incrível, basta apenas um momento só, um momento de vazio, para que os pensamentos transbordem e junto com eles venham as lembranças acarretadas de boas e MÁS sensações. Sensações destas que pesam, que nem sempre são agradáveis e bem-vindas.

Todo dia eu enfrento uma guerra contra a minha querida melancolia, mesmo estando feliz a dor e a tristeza me assolam, e às vezes mesmo sem ter algum motivo aparente. Talvez seja a dura realidade que enfrento hoje, a realidade de estar vivendo e não ter conseguido ainda alcançar certos objetivos. E são nesses momentos de melancolia que acabo olhando um pouco para trás, eu sei que é meio covarde isso, mas às vezes olhar para trás é mais fácil do que encarar o que vem pela frente.

Às vezes me sinto como se houvesse uma corda em volta do meu pescoço. E cada vez que digo que estou bem quando na verdade NÃO ESTOU, essa corda fica mais e mais apertada, até eu sufocar. Hoje em dia encontrar alguém que você confie e que esteje disposto para te ouvir desabafar não é fácil, e enquanto isso você segue, igual a uma panela de pressão, sem saber até quando vai suportar.

São nesses momentos que é inevitável não sentir saudades da infância, quando a gente é criança estamos sempre debaixo de todo um carinho, que nos traz a sensação de sermos especiais. Pra mim essa sensação se foi já há um bom tempo, e que falta isso me faz.

Hoje a única sensação boa que sinto é quando leio os meus livros, e eles me transportam para uma nova vida, uma nova história, mil vezes mais prazerosa do que toda essa “melancolia”.

interessantte.blogspot.com

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Ritual - Cazuza



Pra que sonhar
A vida é tão desconhecida e mágica
Que dorme às vezes do teu lado
Calada
Calada

Pra que buscar o paraíso
Se até o poeta fecha o livro
Sente o perfume de uma flor no lixo
E fuxica
Fuxica

Tantas histórias de um grande amor perdido
Terras perdidas, precipícios
Faz sacrifícios, imola mil virgens
Uma por uma, milhares de dias

Ao mesmo Deus que ensina a prazo
Ao mais esperto e ao mais otário
Que o amor na prática é sempre ao contrário
Que o amor na prática é sempre ao contrário

Ah, pra que chorar
A vida é bela e cruel, despida
Tão desprevenida e exata
Que um dia acaba

Cazuza

domingo, 31 de julho de 2011

Fernando Pessoa

Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.

Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.

Fernando Pessoa

quinta-feira, 28 de julho de 2011

...

"Sonhei que você sonhava comigo. Parece simples, mas me deixa inquieto. Cá entre nós, é um tanto atrevido supor a mim mesmo capaz de atravessar — mentalmente, dormindo ou acordado — todo esse espaço que nos separa e, de alguma forma que não compreendo, penetrar nessa região onde acontecem os seus sonhos para criar alguma situação onde, no fundo da sua mente, eu passasse a ter alguma espécie de existência."
CFA

ae, eles se vão...

"Minha maior tristeza é que todo novo amor que eu arrumo vem sempre com algum velho amor tão longo e bonito. E eu sofro porque com pouco tempo não consigo ser melhor que o muito tempo. E de sofrer assim e enlouquecer assim, nunca dou tempo de ser muito para esses amores porque estrago antes."
CFA

terça-feira, 21 de junho de 2011

Maktub

O psiquiatra alemão Viktor Frank descreve sua experiência num campo de concentração nazista:
"... no meio do castigo humilhante, um preso disse: 'Ah, se nossas mulheres nos vissem assim!'.

O comentário me fez lembrar o rosto de minha esposa e, no mesmo instante, me jogou para fora daquele inferno. A vontade de viver retornou, me dizendo que a salvação do homem é por e pelo amor. Ali estava eu, no meio do suplício, e ainda assim capaz de entender Deus, porque podia contemplar mentalmente a face de minha amada.

O guarda mandou que todos parassem, mas não obedeci - porque não estava no Inferno naquele momento. Embora não tivesse como descobrir se minha mulher estava viva ou morta, isto não mudava nada: contemplar mentalmente sua imagem me devolvia a dignidade e a força.

Mesmo quando retiram tudo de um homem, ele ainda tem a bem-aventurança de lembrar-se do rosto de quem ama - e isto o salva".

With or without you

domingo, 12 de junho de 2011

É o que me interessa



Me traz o seu sossego
Atrasa o meu relógio
Acalma a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurra em meu ouvido
Só o que me interessa.

Lenine

sábado, 11 de junho de 2011

A DOR QUE DÓI MAIS

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

Martha Medeiros

Jorge Palma

"O meu amor tem lábios de silêncio
e mãos de bailarina
e voa como o vento
e abraça-me onde a solidão termina

O meu amor tem trinta mil cavalos
a galopar no peito
e um sorriso só dela
que nasce quando a seu lado eu me deito

O meu amor ensinou-me a chegar
sedento de ternura
sarou as minhas feridas
e pôs-me a salvo para além da loucura

O meu amor ensinou-me a partir
nalguma noite triste
mas antes, ensinou-me
a não esquecer que o meu amor existe"

Jorge Palma

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O quereres - Caetano Veloso e Maria Gadú



Onde queres revólver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alto, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão

Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres leblon, sou pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês

Ah! bruta flor do querer
Ah! bruta flor, bruta flor

Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói

Eu queria querer-te amar o amor
Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e é de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és

Ah! bruta flor do querer
Ah! bruta flor, bruta flor

Onde queres comício, flipper-vídeo
E onde queres romance, rock'n roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
E onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus

O quereres e o estares sempre a fim
Do que em ti é em mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente impessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há, e do que não há em mim

sexta-feira, 27 de maio de 2011

POEMA: MINHA FICHA

POEMA: MINHA FICHA

Nome:
Quem, ou qualquer,
Em código binário.
Data de nascimento:
Já esqueci.
Mas foi há quase sempre.

Ambições:
Não quero,
Se quero não me dão.
Não peço.
Não ofereço.

Deveres:
Completar o trajeto.
Trocar as ferraduras.

Religião:
Resumo de todas
As descrenças.
Desprezo por quem acha
Que existe o que não há.

Até onde?
Até o fim do espaço
Que me deram,
Do limite do tempo
Que não tenho.

Resumo:
Conservar o espanto constante,
De dois olhos.
E ver.
Conhecer lugares
Gravados só em olhos cegos.

Millôr

domingo, 22 de maio de 2011

Diz o mestre

Diz o mestre:

Hoje seria bom fazer algo fora do comum.
Podemos, por exemplo, dançar na rua enquanto caminhamos para o trabalho. Olhar nos olhos de um desconhecido e falar de amor à primeira vista. Dar ao chefe uma ideia que pode parecer ridícula, mas em que acreditamos. Comprar um instrumento que sempre quisemos tocar, e nunca nos arriscamos. Os guerreiros da luz se permitem tais dias.
Hoje podemos chorar algumas mágoas antigas que ainda estão presas na garganta. Telefonaremos para alguém com quem juramos nunca mais falar (mas de quem adoraríamos escutar um recado em nossa secretária eletrônica).
Hoje pode ser considerado um dia fora do roteiro que escrevemos todas as manhãs.
Hoje qualquer falha será admitida e perdoada.
Hoje é dia de se ter alegria na vida.

Maktub

domingo, 15 de maio de 2011

Up Around the Bend - Creedence Clearwater Revival



"You can ponder perpetual motion,
Fix your mind on a crystal day,
Always time for a good conversation,
There's an ear for what you say."

sábado, 14 de maio de 2011

Cenário - Romanceiro da Inconfidência

Cenário


Eis a estrada, eis a ponte, eis a montanha
Sobre a qual se recorta a igreja branca.

Eis o cavalo pela verde encosta
Eis a soleira, o pátio, a mesma porta.

E a direção do olhar. E o espaço antigo
Para a forma do gesto e do vestido.

E o lugar da esperança. E a fonte . E a sombra.
E a voz que já não fala, e se prolonga.

E eis a névoa que chega, envolve as ruas,
Move a ilusão de tempos e figuras.

A névoa que se adensa e vai formando
nublados reinos de saudade e pranto.


Cecília Meireles

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Transatlantique - Beirut



Transatlantique (Tradução)

Não, eu não poderia dizer-lhe como a casa queimou-se toda
Ontem à noite, enquanto nós estávamos correndo por aí
Meia-noite te rodeia, o luar te faz orgulhosa
Ontem à noite, oh, nós estávamos correndo por aí

Cante para a última chamada, cante para a última queda, tal era tudo
Cante para a última chamada, cante para a última queda, tal era tudo

O tempo todo eu fui seu lar
O tempo todo eu fui seu lar

Cante para a última chamada, cante para a última queda, tal era tudo
Cante para a última chamada, cante para a última queda, tal era tudo

E durante o tempo todo eu fui seu lar
O tempo todo eu fui seu lar
O tempo todo eu fui seu lar
O tempo todo eu fui seu lar

Maktub

Diz o mestre:

Quando pressentimos que chegou a hora de mudar, começamos – inconscientemente – a repassar um tape mostrando nossas derrotas até aquele momento.
É claro que, à medida que ficamos mais velhos, nossa cota de momentos difíceis é maior. Mas, ao mesmo tempo, a experiência nos deu meios de superar estas derrotas, e encontrar o caminho que permite seguir adiante. É preciso também colocar esta fita em nosso videocassete mensal.
Se só assistimos ao tape da derrota, vamos ficar paralisados. Se assistirmos ao tape da experiência, vamos terminar nos julgando mais sábios do que realmente somos.
Precisamos das duas fitas.

Maktub - P.C.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Romance IV ou da Donzela Assassinada

Romance IV ou da Donzela Assassinada

Sacudia o meu lencinho
para estendê-lo a secar.
Foi pelo mês de dezembro,
pelo tempo do Natal.
Tão feliz que me sentia,
vendo as nuvenzinhas no ar,
vendo o sol e vendo as flores
nos arbustos do quintal,
tendo ao longe, na varanda,
um rosto para mirar!

Ai de mim, que suspeitaram
que lhe estaria a acenar!
Sacudia o meu lencinho
para estendê-lo a secar.
Lencinho lavado em pranto,
grosso de sonho e de sal,
de noites que não dormira,
na minha alcova a pensar,
- porque o meu amor é pobre,
de condição desigual.

Era no mês de dezembro
pelo tempo do Natal.
Tinha o amor na minha frente,
tinha a morte por detrás:
desceu meu pai pela escada,
feriu-me com seu punhal.
Prostrou-me a seus pés, de bruços,
sem mais força para um ai!
Reclinei minha cabeça
em bacia de coral.
Não vi mais as nuvenzinhas
que Pasciam pelo ar.
Ouvi minha mãe aos gritos
e meu pai a soluçar,
entre escravos e vizinhos,
-e não soube nada mais.

Se voasse o meu lencinho,
grosso de sonho e de sal,
e pousasse na varanda,
e começasse a contar
que morri por culpa do ouro
- que era de ouro esse punhal
que me enterrou pelas costas
a dura mão de meu pai -
sabe Deus se choraria
quem o pudesse escutar,
- se voasse o meu lencinho
e se pudesse falar,
como fala o periquito
e voa o pombo torcaz...

Reclinei minha cabeça
em bacia de coral.
Já me esqueci do meu nome,
por mais que o queira lembrar!

Foi pelo mês de dezembro,
pelo tempo do Natal.
Tudo tão longe, tão longe,
que não se pode encontrar.

Mas eu vagueio sozinha,
pela sombra do quintal,
e penso em meu triste corpo,
que não posso levantar,
e procuro o meu lencinho,
que não sei por onde está,
e relembro uma varanda
que havia neste lugar...

Ai, minas de Vila Rica,
santa Virgem do Pilar!
Dizem que eram minas de ouro...
- para mim, de rosalgar,
para mim, donzela morta
pelo orgulho de meu pai.
(Ai, pobre mão de loucura,
que mataste por amar! )
Reparai nesta ferida
que me fez o seu punhal:
gume de ouro, punho de ouro,
ninguém o pode arrancar!
Há tanto tempo estou morta!
E continuo a penar.

Cecília Meireles

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Rise - Eddie Vedder



Rise (Tradução)

Tais são os caminhos do mundo
Você nunca sabe
Onde colocar sua fé
E como ela vai crescer

Vou me erguer
Trazer de volta buracos e memórias ocultas
Vou me erguer
Transformar enganos em ouro

Tal é a passagem do tempo
Rápida demais para conter
E de repente engolida por sinais
Abaixe-se e observe

Vou me erguer
Encontrar minha direção magneticamente
Vou me erguer
Jogar minha pressa na estrada

terça-feira, 26 de abril de 2011

put your records on!



Quanto mais as coisas parecem mudar
Mais elas continuam as mesmas
...
Quanto mais você continua a mesma
Mais eles parecem mudar

terça-feira, 19 de abril de 2011

Branca vem procurar Pajé.

Branca vem procurar Pajé. Traz doença sua, miração de branco. Branca vem procurar Pajé e quer que Pajé cure doença que Pajé não conhece. Doença que Povo meu não tem. Melancolência que num existe. Curiositude traz gente branca. Quer fazer ritual de povo meu. Gosta de ouvir música de povo meu. Acha bonito gostar das coisa de povo meu. ...Gosta de escutar coisa que Pajé diz. Branco quer receber nome de povo meu. Mas branco não quer virar povo com povo meu. Quer tomar Cipó de povo meu com pajé de branco. Num conhece as força. Faz confusão nas mente. Quer roubar ritual de povo meu e por nas arte de branco. Quer roubar pintura de povo meu e por nas roupa de branco. Branco quer cantar música de povo meu e gravar em CD de branco. Destrói a gente e quer que a gente cante e dance em festa de “dia de índio” de branco. Branco quer ajudar povo meu, diz que é irmão, que é parente, que quer fazer coisa boa. Branco destrói mundo que povo meu vive. Branco nas casa de branco quer ter casa maior, carro maior, violência maior, miséria maior. Aí branco diz que quer ajudar. Branco vem ajudar pela culpa, pra mostrar serviço pros governo de branco, pra se exibir pros outro branco, pra mostra pra nós que é bonzinho. Engana Pajé não. Céu tá caindo na cabeça de povo meu. Branco num dança direito. Branco não quer passar pro outro lado. Não quer sentir. A gente escuta branco falar de Deus de branco, Deus de sucesso, Deus de prosperidade, e só vê branco vaidoso, corruptido, que num pensa na tribo deles, na comunidade, nos irmão. Branco num ensina as criança dele direito. Tudo carente. Vira criança presa no corpo de adulto. Raiz que num cresce. Jovem Overdrogado. Home de povo meu fica louco só dois dias. Pajé cura ele, loucura some. Branco fica vida toda falando com pajé de consultório, contado vida criança abusada, triste, desonçada de mãe e pai e dando dinheiro pra médico que num cura e branco fica louco. Fala que nem maldade e continua louco. Branco não tem ritual que presta. Não tem espiritualitude que funciona. Branco não segura o céu lá em cima. Céu cai em cabeça de povo meu por culpa de branco. Branco não reza direito.

Um texto de Leo Lama

sábado, 16 de abril de 2011

Parabéns ao grande Charlie Chaplin!

Tu és jovem.
Atender a quem te chama é belo,
lutar por quem te rejeita
é quase chegar a perfeição.
A juventude precisa de sonhos
e se nutrir de lembranças,
assim como o leito dos rios
precisa da água que rola
e o coração necessita de afeto.

Não faças do amanhã
o sinônimo de nunca,
nem o ontem te seja
o mesmo que nunca mais.
Teus passos ficaram.
Olhes para trás...
mas vá em frente
pois há muitos que precisam
que chegues para poderem seguir-te.

Charles Chaplin

Minha mão esquerda é sua mão direita. Seu corpo é mar...

sexta-feira, 15 de abril de 2011

A vida humana é belíssima, mas brevíssima.

Tão breve como as gotas de orvalho que aparecem na calada da noite, cintilam ao amanhecer e se dissipam ao calor do sol.
Cada um de nós vive num pequeno parêntese do tempo.
Envolvemo-nos em tantas atividades sociais que não percebemos o mistério que cerca a existência.
A infância e a velhice parecem tão distantes, mas são tão próximas.
Num instante parecemos eternos, no outro, uma página na história.
Por ser tão breve a vida, deveríamos vivê-la, com sabedoria para sermos cada vez mais pais, educadores e profissionais inteligentes, jovens mais sábios, amigos mais afetivos.

Augusto Cury

terça-feira, 12 de abril de 2011

Amigo

Os amigos não precisam estar ao lado para justificar a lealdade. Mandar relatórios do que estão fazendo para mostrar preocupação.
Os amigos são para toda a vida, ainda que não estejam conosco a vida inteira. Temos o costume de confundir amizade com onipresença e exigimos que as pessoas estejam sempre por perto, de plantão. Amizade não é dependência, submissão. Não se têm amigos para concordar na íntegra, mas para revisar os rascunhos e duvidar da letra. É independência, é respeito, é pedir uma opinião que não seja igual, uma experiência diferente.
Se o amigo desaparece por semanas, imediatamente se conclui que ele ficou chateado por alguma coisa. Diante de ausências mais longas e severas, cobramos telefonemas e visitas. E já se está falando mal dele por falta de notícias. Logo dele que nunca fez nada de errado!
O que é mais importante: a proximidade física ou afetiva? A proximidade física nem sempre é afetiva. Amigo pode ser um álibi ou cúmplice ou um bajulador ou um oportunista, ambicionando interesses que não o da simples troca e convívio.
Amigo mesmo demora a ser descoberto. É a permanência de seus conselhos e apoio que dirão de sua perenidade.
Amigo mesmo modifica a nossa história, chega a nos combater pela verdade e discernimento, supera condicionamentos e conluios. São capazes de brigar com a gente pelo nosso bem-estar.
Assim como há os amigos imaginários da infância, há os amigos invisíveis na maturidade. Aqueles que não estão perto podem estar dentro. Tenho amigos que nunca mais vi, que nunca mais recebi novidades e os valorizo com o frescor de um encontro recente. Não vou mentir a eles ¿vamos nos ligar?¿ num esbarrão de rua. Muito menos dar desculpas esfarrapadas ao distanciamento.
Eles me ajudaram e não necessitam atualizar o cadastro para que sejam lembrados. Caso encontrá-los, haverá a empatia da primeira vez, a empatia da última vez, a empatia incessante de identificação. Amigos me salvaram da fossa, amigos me salvaram das drogas, amigos me salvaram da inveja, amigos me salvaram da precipitação, amigos me salvaram das brigas, amigos me salvaram de mim.
Os amigos são próprios de fases: da rua, do Ensino Fundamental, do Ensino Médio, da faculdade, do futebol, da poesia, do emprego, da dança, dos cursos de inglês, da capoeira, da academia, do blog. Significativos em cada etapa de formação. Não estão em nossa frente diariamente, mas estão em nossa personalidade, determinando, de modo imperceptível, as nossas atitudes.
Quantas juras foram feitas em bares a amigos, bêbados e trôpegos? Amigo é o que fica depois da ressaca. É glicose no sangue. A serenidade.



Fabricio Carpinejar

quinta-feira, 7 de abril de 2011

“Eu posso sentir o que a paixão faz em segundos
Eu posso sentir o que o amor fez depois de anos”

Os Paralamas Do Sucesso, em Scream Poetry

Listen to the music!



Listen To The Music

Don't you feel it growin', day by day
People gettin' ready for the news
Some are happy, some are sad
Oh, we got to let the music play
What the people need
Is a way to make 'em smile
It ain't so hard to do if you know how
Gotta get a message
Get it on through
Oh, now mama's go'n' to after 'while
Oh, oh, listen to the music
Oh, oh, listen to the music
Oh, oh, listen to the music
All the time
Well I know, you know better
Everything I say
Meet me in the country for a day
We'll be happyAnd we'll dance
Oh, we're gonna dance our blues away
And if I'm feelin' good to you
And you're feelin' good to me
There ain't nothin' we can't do or say
Feelin' good, feeling fine
Oh, baby, let the music play
Oh, oh, listen to the music
Oh, oh, listen to the music
Oh, oh, listen to the music
All the time
Like a lazy flowing river
Surrounding castles in the sky
And the crowd is growing bigger
List'nin' for the happy sounds
And I got to let them fly
Oh, oh, listen to the music
Oh, oh, listen to the music
Oh, oh, listen to the music
All the time

The Doobie Brothers

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Agora saca só esse pessoal!

Estão preocupados, contando os quilômetros, pensando em onde irão dormir essa noite, quanto dinheiro vão gastar em gasolina, se o tempo estará bom, de que maneira chegarão onde pretendem - e quando terminarem de pensar já teram chegado onde queriam, percebe?
Mas parece que eles têm que se preocupar e trair suas horas, cada minuto e cada segundo, entregando-se a tarefas aparentemente urgentes, todas falas; ou então a desejos caprichosos puramente angustiados e angustiantes, suas almas realmente não terão paz a não ser que se agarrem a uma preocupação explícita e comprovada, e tendo encontrado uma, assumem expressões faciais adequadas, graves e circunspectas, e seguem em frente, e tudo isso não passa, você sabe, de pura infelicidade, e durante todo esse tempo a vida passa voando por eles e eles sabem disso, e isso também os preocupa num círculo vicioso que não tem fim.

"Dean"

terça-feira, 5 de abril de 2011

Paixão

A paixão faz a pessoa parar de comer, dormir, trabalhar, estar em paz. Muita gente fica assustada porque, quando aparece, derruba todas as coisas velhas que encontra.
Ninguém quer desorganizar seu mundo. Por isso, muita gente consegue controlar esta ameaça, e são capazes de manter de pé uma casa ou uma estrutura que já está podre. São os engenheiros das coisas superadas.
Outras pessoas pensam exatamente o contrário: entregam-se sem pensar, pensando encontrar na paixão as soluções para todos os seus problemas. Colocam na outra pessoa toda a responsabilidade por sua felicidade, e toda culpa por sua possível infelicidade. Estão sempre eufóricas porque algo de maravilhoso aconteceu, ou deprimidas porque algo que não esperavam terminou destruindo tudo.
Afastar-se da paixão ou entregar-se cegamente à ela – qual destas duas atitudes é a menos destruidora?
Não sei.

"Maria"
Onze Minutos

Pense e Dance

Penso como vai minha vida
Alimento todos os desejos
Exorcizo as minhas fantasias
Todo mundo tem um pouco de medo da vida

Pra que perder tempo desperdiçando emoções
Grilar com pequenas provocações?
Ataco se isso for preciso
Sou eu quem escolho e faço os meus inimigos

Saudações a quem tem coragem
Aos que tão aqui pra qualquer viagem
Não fique esperando a vida passar tão rápido
A felicidade é um estado imaginário

Não penso em tudo que já fiz
E não esqueço de quem um dia amei
Desprezo os dias cinzentos
Eu aproveito pra sonhar enquanto é tempo

Eu rasgo o couro com os dentes
Beijo uma flor sem machucar
As minhas verdades eu invento sem medo
Eu faço de tudo pelos meus desejos

Saudações a quem tem coragem
Aos que tão aqui pra qualquer viagem
Não fique esperando a vida passar tão rápido
A felicidade é um estado imaginário

Pense e dance
Pense
Pense e dance...

Barão.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Encontros

Os encontros mais importantes já foram combinados pelas almas antes mesmo que os corpos se vejam.
Geralmente estes encontros acontecem quando chegamos a um limite, quando precisamos morrer e renascer emocionalmente. Os encontros nos esperam – mas a maior parte das vezes evitamos que eles aconteçam. Entretanto, se estamos desesperados, se já não temos mais nada a perder, ou se estamos muito entusiasmados com a vida, então o desconhecido se manifesta, e nosso universo muda de rumo.
Todos sabem amar, pois já nasceram com este dom. Algumas pessoas já o praticam naturalmente bem, mas a maioria tem que reaprender, relembrar como se ama, e todos – sem exceção – precisam queimar na fogueira de suas emoções passadas, reviver algumas alegrias e dores, quedas e subidas, até conseguir enxergar o fio condutor que existe por detrás de cada novo encontro; sim, existe um fio.

Paulo Coelho

sábado, 2 de abril de 2011

Não é assim que funciona.

Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável.

Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.
Fizeram a gente acreditar que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.

Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar alternativas.
Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém."

(John Lennon)