Seja Bem-Vindo!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Branca vem procurar Pajé.

Branca vem procurar Pajé. Traz doença sua, miração de branco. Branca vem procurar Pajé e quer que Pajé cure doença que Pajé não conhece. Doença que Povo meu não tem. Melancolência que num existe. Curiositude traz gente branca. Quer fazer ritual de povo meu. Gosta de ouvir música de povo meu. Acha bonito gostar das coisa de povo meu. ...Gosta de escutar coisa que Pajé diz. Branco quer receber nome de povo meu. Mas branco não quer virar povo com povo meu. Quer tomar Cipó de povo meu com pajé de branco. Num conhece as força. Faz confusão nas mente. Quer roubar ritual de povo meu e por nas arte de branco. Quer roubar pintura de povo meu e por nas roupa de branco. Branco quer cantar música de povo meu e gravar em CD de branco. Destrói a gente e quer que a gente cante e dance em festa de “dia de índio” de branco. Branco quer ajudar povo meu, diz que é irmão, que é parente, que quer fazer coisa boa. Branco destrói mundo que povo meu vive. Branco nas casa de branco quer ter casa maior, carro maior, violência maior, miséria maior. Aí branco diz que quer ajudar. Branco vem ajudar pela culpa, pra mostrar serviço pros governo de branco, pra se exibir pros outro branco, pra mostra pra nós que é bonzinho. Engana Pajé não. Céu tá caindo na cabeça de povo meu. Branco num dança direito. Branco não quer passar pro outro lado. Não quer sentir. A gente escuta branco falar de Deus de branco, Deus de sucesso, Deus de prosperidade, e só vê branco vaidoso, corruptido, que num pensa na tribo deles, na comunidade, nos irmão. Branco num ensina as criança dele direito. Tudo carente. Vira criança presa no corpo de adulto. Raiz que num cresce. Jovem Overdrogado. Home de povo meu fica louco só dois dias. Pajé cura ele, loucura some. Branco fica vida toda falando com pajé de consultório, contado vida criança abusada, triste, desonçada de mãe e pai e dando dinheiro pra médico que num cura e branco fica louco. Fala que nem maldade e continua louco. Branco não tem ritual que presta. Não tem espiritualitude que funciona. Branco não segura o céu lá em cima. Céu cai em cabeça de povo meu por culpa de branco. Branco não reza direito.

Um texto de Leo Lama

Nenhum comentário:

Postar um comentário